sexta-feira, 5 de abril de 2013

Pescaria afetiva.


    Arroio Grande - RS
Tenho pescado quase exclusivamente com equipamento tenkara nos últimos 3 anos.
Não abandonei, nem nunca o farei, o equipamento de fly tradicional. Apenas momentaneamente
nas pescarias mais leves onde eu usaria uma vara de fly #3 ou menor tenho dado preferência a técnica japonesa.

Sei que mesmo nas pescarias que exigem um equipamento muito leve  a tenkara não substitui o equipamento
de fly totalmente. Haverá sempre exigência de apresentação específica
que um executa melhor do que o outro. Não me deixo cegar pela paixão, cada um no seu cada qual. 

O outro motivo que conduz minha maior preferência pela tenkara tem raízes "afetivo saudosistas"...

Me criei em beira de rio no interior do Paraná (Capanema), muito particularmente um riacho afluente
do Rio Iguaçu lá chamado arroio ou lajeado dos cachorros. lajeado por que o leito do mesmo era
de rocha pura mais do que cascalho (atualmente é mais lama do que água).

Neste córrego que a época tinha muita mata ciliar, água cristalina e era densamente povoado por
mandis, jundiás, traíras, Joanas (jacundá), saicangas, lambaris e outros, foi o cenário da minha primeira pescaria
feita com "caniço" de "criciuma" ou "chorão", linha 0.25 mm, chumbinho, anzol mosquito e minhoca.
Era a pescaria das crianças. Os adultos só pescavam de tarrafa e rede no Rio Iguaçu, lá estavam os peixes realmente grandes.
As saicangas de quase um quilo que pegávamos no caniço eram desprezadas pelos adultos.

Eu nunca fui seduzido pelo mantra do peixe grande. Sempre preferi ficar alí na "cascatinha" que se formava
no lajeado praticamente aos fundos da minha casa.
Mesmo hoje, 30 anos depois de ter ido embora, afetivamente continuo lá curtindo meus peixinhos na varinha de bambu!