quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Tenkara a bordo!

1- Por que caiaque?

   Minha forma favorita de pesca é o vadeio (a pé) usando equipamento de mosca ou tenkara. Porém, residindo numa região semi-árida o vadeio se resume a praias  ao longo do ano e lagoas na estação seca pois há bem poucos rios pra se fazer tal prática. Existem ainda os manguezais mas nestes o vadeio é impossível pois só se pode acessar seus canais estando embarcado.

Nas praias, embora a prática seja possível, devido aos fortes ventos e grandes ondas o ambiente se mostra um tanto hostil e não muito produtivo. Nas lagoas e rios, os poucos pontos de vadeio sofrem pressão de pesca constante e se quisermos fazer capturas consistentes é preciso contar com a sorte ou se afastar em busca de locais remotos.

Por estes e outros motivos  foi que optei pelo caiaque pra  ampliar minhas opções de locais de pesca. 


2- Motor elétrico X remo.

Eu não costumo remar meu caiaque. Como aqui venta muito remar e pescar são atividades que não combinam entre si. A solução foi equipar o caiaque com um motor elétrico de 44 libras.
Quando uso o equipamento tenkara fico com uma das mãos livres pra manobrar o motor enquanto com a outra vou arremessando e trabalhando a iscas. No caso da captura de um peixe grande o elétrico permite que eu me afaste rapidamente do capim na margem das lagoas ou das cracas e raízes quando pescando no mangue. Uma bateria de 65 Amp/h me garante um dia todo de pescaria.

Falando em mangue, sem o caiaque seria impossível ir atrás dos robalos e outras espécies que habitam esta águas. O caiaque  permite além da aproximação silenciosa arremessos precisos entre as raízes que é crucial na pesca do robalo.


3 - Peixes.

Meus peixes alvo são quase invariavelmente o tucunaré em lagoas e o robalo nos mangues.
Outras espécies como os apaiari, traíras, caranhas e até tarpons podem aparecer inadvertidamente mas não são o foco principal das minhas investidas. Uma coisa boa sobre pescar estas duas espécie e que, apesar de ocuparem ambientes distintos, eles gostam das mesmas iscas e isso já facilita as coisas.
4-varas.

Testei vários modelos de varas tenkara com 2.40 até 4.20 m e após algum tempo minha escolha pessoal
 tem recaído sobre varas com 3.00 á 3.60 metros. A varas maiores eu deixo pro vadeio em locais mais abertos e as menores pra os locais mais fechados. Gosto de varas rápidas (7:3 or 6:4) pois elas funcionam melhor em situação de vento. Mas as 5:5 valorizam a briga com peixes menores e ajudam a proteger tippets delicados. Normalmente levo pelo menos duas varas com ações diferentes e vou variando seu uso de acordo com o que a situação exige.

5- linhas. 



Também fiz muitas experiências com diversos tipos de linha e atualmente minha preferência recai sobre as flutuantes feitas com running lines (cobertura de pvc) . Em situações de vento extremo ou no caso de querer usar uma isca bem no fundo posso optar pela linha de titânio.
Quanto ao tamanho gosto de usar linhas curtas com o mesmo tamanho da vara ou um poco menor. O tippet 4 ou 5X (0.18 ou 0.15 mm) tem entre 60 e 90 cm e, no caso da pesca do robalo, eu adiciono um shock tippet (empate) de fluorocarbono 14 lbs com cerca de 20 cm.

6- iscas.

Como  citei no paragrafo sobre  peixes, robalos e tucunarés tem preferências muito parecidas quando se trata de iscas. Minhas favoritas (e dos peixes também) são as de superfície como os gurglers, divers e poppers. 
Mas em algumas situações particulares os streamers e até mesmo algumas ninfas podem fazer toda a diferença.
Os tamanhos de isca variam do #8 ou #10 no caso de streamers e iscas de superfície, e do #12 ou menores pra ninfas e congêneres.
Vale citar que as ninfas só uso em ambiente lacustre ou rios. No mangue elas parecem não surtir efeito.