quinta-feira, 16 de julho de 2015

TENKARA, A MOSCA POUCO IMPORTA!

Dr Ishigaki
"Tenkara, o tipo de mosca pouco importa"!

Essa declaração entre aspas é do Sensei Isao Ishigaki também conhecido como Dr. Ishigaki no mundo tenkara. Abaixo eu reproduzo, numa tradução livre, parte de um depoimento dele que acho relevante pra quem começa na modalidade. Eu particularmente (ainda) não sei se concordo com o que as muitas décadas de experiencia dele na modalidade afirmam... Mas sou obrigado a respeitar sua reputação...
Boa leitura e bom uso da informação.
---------------------------------------------------------


"Novatos da modalidade sofrem  na hora de escolher a "mosca certa"!

Falta a eles a convicção de que podem pegar um peixe com qualquer mosca.
É por isso que quando vêem outro pescador fazendo capturas com uma isca diferente da que usam logo se
iludem que aquela é melhor e assim ficam mudando de isca toda hora. 
No japão são chamados "kebari henreki" ou mosqueiro nômade!

Eu também já fui assim.
Mas quando se pesca com tenkara por bastante tempo se conclui que o tipo de mosca pouco importa.

A primeira razão pra isso é que peixes tem visão deficiente e não conseguem ver a mosca em detalhes.

A segunda razão é que como a correnteza dos rios é muito rápida pouco importa qual a aparência da mosca.
No entanto se a mosca tiver o "tamanho certo", pouco importa sua aparência, o peixe irá abocanha-la.
Se tive o "tamanho errado" o peixe irá "cuspi-la"!

A terceira razão é factual...Por exemplo... eu tenho centenas de amigos e todos usam moscas (kebari) diferentes e curiosamente todas são igualmente eficientes, eu e todos os meus amigos, usando moscas diferentes pegamos os mesmos peixes!

Então, se a mosca tiver o tamanho certo pouco importa seu formato ou tipo (pattern), ela vai pegar peixes.
Ishigaki kebari

Se você se preocupar demais com  "mosca certa/mosca errada" não será um pescador eficiente.


No momento que você realizar que a mosca de fato pouco importa sua pescaria vai melhorar.
NÃO É A MOSCA, É A TÉCNICA (apresentação), O CONHECIMENTO E A INTUIÇÃO PESSOAL DO LOCAL DE PESCA QUE REALMENTE FAZEM A DIFERENÇA! 
A mosca de fato é de pouca importância na tenkara."
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Uma atualização do meu entendimento sobre este assunto:
A mosca é uma escolha pessoal e vale usar qualquer uma que o pescador julgue eficiente... No entanto é um erro colocar todo foco na mosca e menosprezar a técnica, apresentação e principalmente  o  comportamento do peixe (ativo / inativo) pois no final das contas é ele que comanda a pescaria.



quarta-feira, 1 de julho de 2015

CAPITÃO GAY!

Este atado na verdade é uma das muitas variações da famosa isca Killer Bug criada por Frank Sawier há muitos anos atrás. O apelido dessa variante (criada por David Southall) foi meu amigo e colega tenkareiro Tuã Torres Sessa quem deu e eu achei muito mais apropriado do que SW_Killerbug que foi o 1º nome que dei a ela.
(SW = salt_water pois o anzol que uso nela é inox. Mas pode-se usar qualquer outro anzol de sua preferência).

O diferencial da variação do Mr. David Southal pra original é que ele usa chumbo no lugar de fio de cobre e recobre o chumbo com uma cama de fio rosa choque que finalmente é recoberto com lã sintética Shetland spindrif, cor Oyster (a original usava um fio chamado Chadwick que não fabrica mais).

Finalmente o diferencial da minha "capitão_gay" pra variação do Mr. Southall é que 1º, a dele não tem cauda. 2º,  ele usa o fio pink (rosa choque) apenas pra cama (under body), e finalização da mosca. 3º O corpo ele faz enrolando o fio de lão diretamente sobre a haste. JÁ eu, além do underbody e finalização, uso O fio de atado rosa pra aplicar  o dubbing (fio de lão desfiado) sobre a haste por que gosto do efeito mais "descabelado" da isca!

Vamos as fotos e o passo-a-passo... É mais fácil atar do que de falar!

1- Anzol na morsa, amasse a farpa, prenda o fio de atado na haste e coloque a cauda. Eu uso uma cauda bem curta (+- medatade do comprimento do anzol) feita com cerdas de material de brilho "wing n' flash"... Vc pode usar outro material da sua preferência.





2- Enrole o fio de chumbo na haste (5 ou 6 voltas) deixando um espaço atrás do olho do anzol para o acabamento.
Coloque uma gota de super_cola (cianoacrilato) no fio de chumbo pra que ele não gire.







3- Enrole o fio de atado por sobre o fio de chumbo envolvendo ele completamente (cama de fio) e volte com o fio pra parte de trás da isca próximo a cauda. Aplique uma camada fina de super_cola por sobre todo o fio rosa, este será o "underbody" da isca.





4- Comece aplicar o dubbing (cerdas do fio de lão desfiado enroladas no fio de atado rosa) sobre a haste. Se vc não tiver a lã que indiquei pode usar qualquer outra de cor clara (branca/bege/cinza/pelo de gato/cachorro, etc).





5- Vá aplicando o dubbing uniformemente até chegar ao olho do anzol. Finalize com um nó de sua preferência e aplique uma minúscula gota de cola ou head_cement no nó pra dar mais resistência.
Pronto!






6- Aqui uma imagem dela molhada pra se ter uma idéia melhor do efeito dela dentro d'água e do por que ela ser chamada capitão gay!
Materiais: Anzol inox #12 , fio de chumbo, fio de atado rosa (linha mágica), lã sintética desfiada (dubbing) super_cola.

Boas pescarias!

domingo, 28 de junho de 2015

ANZOL 12, O VERSÁTIL!

4 modelos de anzol, e isca, tamanho #12
A (ou as) constatação que vou escrever aqui é baseada em observações minhas e também em conversas com tenkareiros mundo afora.

O objetivo deste post não é criar moda mas sim facilitar a vida dos iniciantes na sua jornada pela modalidade TENKARA.

Se o amigo novato não tem ideia de qual anzol usar pra começar atar suas moscas/iscas, USE O 12!

Não existe, que eu saiba, um manual ou "bíblia" da tenkara que confirme minha opinião (se tivesse facilitaria as coisas) . Mas  é SENSO COMUM entre os praticantes da modalidade que o 12 parece ser a opção comum da imensa maioria.

O curioso é que ninguém tem uma explicação técnico/científica do motivo dessa escolha mas todos concordam que as iscas atadas neste anzol parecem ter a combinação certa de volume e resistência pra atrair peixes de poucas gramas e segurar alguns de vários quilos (veja as fotos mais abaixo).

No quesito volume/atração já notei que as vezes o peixes que teoricamente seriam pescados com anzóis bem menores (#16 ou #18) refugam as iscas pequenas mas atacam prontamente as atadas em anzóis maiores! Por que isso é assim? Não faço idéia. Talvez eles prefiram gastar energia com algo mais recompensador ou pode ser apenas que isca maior tenha mais visibilidade... De qualquer forma, pra mim, isso é mais um indicativo de que investir obsessivamente em iscas diminutas (midge), salvo situações muito específicas, pode não valer a pena!

O que os peixes abaixo tem em comum? Se você disse "isca atada em anzol 12", acertou!







sábado, 1 de novembro de 2014

Um erro, três aprendizados.

Hoje, depois de quase 3 meses sem pescar com o caiaque por conta dos ventos fortes dessa época, fui ao Rio Potengí que corta a cidade de Natal RN. Os ventos continuam fortes mas a vontade de pescar era maior. Além disso um amigo comprou um caiaque novo e queria estrea-lo e esse fato acabou reforçando a vontade de arriscar a sorte com os peixes. 

1º aprendizado.
Quando fico assim muito tempo afastado de uma certa atividade costumo negligenciar minha tralha de pesca que fica largada num canto e só volto a dar atenção a ela em cima da hora. Acabei pagadno caro por isso...
Arrumei tudo as pressas, selecionei duas varas (sempre levo uma de reserva), atei algumas iscas que estavam em falta, carreguei a bateria da câmera que estava a zero, testei a bateria do motor elétrico e ela apresentou carga, troquei linhas, tippets e shock tippets, coloquei tudo no carro, acordei as 4:30 e partí pro ponto de encontro.

Chegando lá encontrei os amigos Tuã e Alexandre Coutinho que já me aguardavam. Cumprimentos rápidos e todos corremos pra colocar os caiaques nágua pois o vento já soprava forte (13 nós, aprox 24 km/h) e é sabido que quanto mais se demora mais ele aumenta na medida que avança a manhã.

Passei pelas ondas´já bem grandinhas e agitadas que se formavam na beira do rio usando o remo e só fui ligar o elétrico quando cheguei mais no meio do rio com água menos turbulenta e aí foi que tive a má surpresa: Notei que apesar do motor funcionar ele não tinha potência pra fazer o caiaque avançar!  Quando testei ele em casa e ví a hélice girar me esqueci de um detalhe importante; Uma hélice que gira no ar exige muito menos corrente do que a  mesma hélice trabalhando dentro da água. Conclusão, Nos meses que ficou parada a bateria perdeu carga (amperagem). Embora eu a tenha guardado carregada deveria ter feito a recarga mas na pressa deixei passar.

Agora eu tinha a alternativa de ir embora e deixar os companheiros se divertirem sozinhos ou continuar no remos mesmo enfrentando a natureza no braço... Fiz a segunda opção.

Aprendizado 2 e 3.
A maré estava baixa deixando muito bancos de areia expostos o que nos obrigou a contorna-los fazendo um percurso mais longo e no meus caso em particular isso significava remar contra o vento. Tuã com seu motor elétrico e Alexandre com seu caiaque movido a pedal deslizavam sobre a água como que patina no gelo, já eu parecia mais com um cadeirante tentando subir uma escada.

Finalmente chegamos as gamboas e enquanto os dois colegas faziam capturas consecutivas eu amargava um enorme zero. Era muito complicado remar contra o vento a correnteza, fazer os arremessos precisos nas estruturas e trabalhar (e as vezes desenroscar) a isca ao mesmo tempo. Meu rendimento nas manobras e remada era sofrível. Tive várias ações mas não conseguia ferrar o peixe.

Depois de cerca de uma hora nessa luta acabei desenvolvendo "uma técnica" na qual eu remava um longo trecho contra o vento margeando o mangue, depois me soltava ao sabor do vento que me empurrava de volta e nesse caminho de volta. Nesse caminho sempre que achava uma estrutura propícia fazia o arremesso, soltava a vara no suporte e usava o remo pra corrigir a poisção do caiaque e me dar alguns segundos pra trabalhar a isca melhor. Colocava o remos no descanso, pegava a vara e fazia o trabalho de isca. Isso foi repetido a exaustão até que num dado momento um robalinho atacou a isca e este, ao cotrário do que havia frustrantemente acontecido com vários outros, não errou o bote e veio posar pra foto, ufa!

E quais foram os aprendizados aqui? 
1,Perseverança sempre vale a pena. 2, mesmo na dificuldade extrema um equipamento tecnicamente limitado como a tenkara  funciona a contento. E se funciona pra mim aqui nessa situação adversa vai funcionar em qualquer lugar do Brasil.
Abraço.


quinta-feira, 31 de julho de 2014

Tenkara, quanto custa?

Importada ou  de fundo de quintal a diversão é garantida.
Semanalmente recebo pelo menos um e-mail de pessoas curiosas com a modalidade tenkara e as perguntas "onde comprar" e "quanto custa"  estão entre as campeãs...

No afã de se aprofundar na modalidade, muitas pessoas, além de comprar equipamento japonês da melhor qualidade, estudam Japonês e  viajam até o Japão pra pescar nos rios onde a modalidade tenkara nasceu...

Pensando nessas questões e sem poder viajar pro Japão, hoje acordei decidido a fazer uma experiência que já vinha matutando na minha cabeça há bastante tempo. Essa experiência visa responder, pelo menos em parte, a segunda das duas questões, quanto custa pescar com tenkara no Brasil?

Fui até a loja de pesca do meu bairro  e na seção das varas de pesca me agarrei com algumas varinhas de bambú. Depois de sacudir algumas no ar selecionei duas de 2 metros cada. Tirei do meu bolso um pedaço de linha Amnésia de 2.4 metros já cortada nesse tamanho de modo premeditado. Amarrei a linha na ponta da vara e ali mesmo, dentro da loja, ensaiei uns arremessos pra espanto dos balconistas. Finalmente me decidi por ficar com uma das duas selecionadas, paguei e fui embora pra casa terminar a "montagem" da vara.


Pescar na modalidade tenkara com uma vara de bambú de R$ 1,00, similar ao que os antigos pescadores das montanhas daquele país usavam e confeccionada por mim mesmo,  foi a maneira mais barata que achei de viajar ao Japão feudal sem sair do meu bairro.
Não há maneira melhor de entender o ofício de outra pessoa ou povo do que usando as mesmas técnicas e ferramentas que aqueles.

O processo de seleção da  vara.

Varas tenkara, mesmo as de bambú, se diferenciam das comuns por ter uma ação que lhes confere a capacidade de arremessar uma linha de forma que esta carregue a isca até o peixe. Para tanto você deve escolher uma vara que seja flexível sem ser molenga, que seja firme sem ser dura demais. Parece bem subjetivo e é mesmo. Mas com um poco de tentiva e erro acaba se encontrando a vara ideal.

O tamanho eu optei por 2 metros pois preciso de uma vara que caiba dentro do meu carro e como sabemos varas de bambú não são telescópicas.

Varas de bambú se quebram facilmente  mas também  não é nada traumático visto que o custo é bem baixo. Mas recomendo levar uma de reserva "just in case".

A montagem.
Depois de selecionada a vara basta prender a linha na ponta da mesma. Ate um pedaço de tippet a linha e a esta sua mosca. Pronto, acabou, simples assim.

O resultado.
O sangue é meu mesmo, fiz um pequeno corte nas cracas.
Em duas horas de pescaria peguei algumas sardinhas e perdi um robalinho que rompeu o tippet 6X . Não esperava que entrasse um robalinho numa isca pra sardinha por isso não usei empate (shock tippet).


Avaliação.
Esta é a pescaria com o melhor custo/benefício possível. Selecionar e montar a vara, fazer algumas capturas e partilhar com meus amigos e leitores é uma experiência muito gratificante e enriquecedora. Eu não pretendo deixar de usar minha caríssimas varas importadas, na minha opinião elas são fruto de muito trabalho, estudo e tecnologia e valem cada centavo. E é perfeitamente natural e aceitável entrar no esporte invesrindo pouco, e a medida que nossa técnica e apreço pela modalidade evolui, compremos equipamento mais refinado.
Então, pra responder a questão levantada lá no início, essa experiência mostra que tenkara pode ser divertida e produtiva mesmo com equipamento barato. E vai custar tanto quanto você esteja disposto a gastar, basta não ter medo de ousar e experimentar.

Abraço.

Atualização 08_08_14
Fui ao mangue outro dia e conseguí capturar três pequenos robalos com a varinha de bambú. Fiz uma foto pra atualizar o post.





sexta-feira, 18 de julho de 2014

Tamanho de linhas.

Daniel Galhardo, TenkaraUSA, long line casting.
 Muito se escreve sobre tipos de linhas (torcida, PVC, fluorocarbono, etc) mas  pouco se escreve sobre tamanhos de linha e seus usos. Vou colocar aqui linhas que eu uso na minha prática de pesca e espero que ela possa servir de guia para os novos adeptos.

Na foto ao lado o Daniel Galhardo, fã incondicional do uso de linhas longas pra tenkara, faz uma demonstração do alcance que a modalidade pode ter. Sua vara favorita é o modelo Ito de 4.5 metros e a linha que ele usa tem aproximadamente 6,5 metros. Isso dá um alcance de 12 metros se considerarmos o tippet. 

Eu não uso e também não recomendo inciantes usar linhas tão longas pois isso demanda experiência por parte do pescador além de, claro, ter muito espaço e pouco ou nem um vento pra praticar tal tipo de arremesso. de qualquer modo deixo aí a ilustração para provar que tal arremesso é possível.

CONTROLE X DISTÂNCIA

Quando se escolhe o tamanho de linha tenkara tem que se levar em conta essa relação, Controle X Distância. Controle de linha e do peixe vem em primeiro lugar, distância é secundário. Isso não é uma questão de preferência pessoal, é algo inerente a natureza do equipamento tenkara que, como sabemos, não dispõem de meios pra controlar o tamanho da linha nem frear a corrida de um peixe grande. Se alinha for muito mais longa que a largura do rio, gamboa, açude, lago ou poço no qual você pesca, não terá como impedi-lo de levar a linha pra dentro de uma galhada ou outra estrutura que possa romper o tippet. 

Tamanho de linha deve levar em conta também o espaço de arremesso disponível ao redor do pescador além do fator vento. Este último quando forte demais costuma carregar linhas pra cima de copas de árvores e outros enroscos.

TAMANHOS QUE USO

Basicamente, depois de nos últimos anos gastar um bocado de dinheiro comprando e comparando linhas de tudo quanto é tipo e tamanho, reduzi meu arsenal as 03 opções seguintes.

2 metros: Essa linha é a que menos uso. É uma linha importante pra mim mas de uso mais especializado em situações bem particulares como riachos muito estreitos e com muita vegetação ou mata ciliar ao seu redor que dificultam o arremesso de linha mais longa. Normalmente uso ela com uma vara curta de 2.7 a 3 metros em gamboas de mangue.

3.5 metros: Essa é de longe a mais versátil e a que mais uso principalmente no caiaque.
É uma linha que quando estou na dúvida sobre qual linha usar será sempre minha primeira opção. Ela tem, PRA MINHA SITUAÇÃO DE PESCA, o compromisso ideal entre distância e controle. Na maioria das vezes uso ela com varas de 3 a 3.9 metros.

5 metros: Essa é alinha mais longa que tenho e uso ela, no mais das vezes, quando pesco desembarcado embora possa usa-la no caiaque também. Mas no geral essa é minha linha de vadeio quando pesco na praia, sobre arrecifes, em beira de lagoas e rios ou qualquer outro lugar que tenha bastante espaço e pouco vento  e permita o manuseio de uma linha mais longa com tranquilidade.

OBSERVAÇÕES

1- Os tamanhos de linha citados não incluem o tippet que pode variar de tamanho de acordo com as iscas (mais longo pra iscas pequenas, mais curto pra iscas volumosas).

2- O material das linhas também pode variar, normalmente na linha curta (2 metros) uso exclusivamente fluorocarbono, na de 3.5 e 5 metros uso as de PVC (flutuantes), Titânio, Fluorocarbono ou torcidas.

BOAS PESCARIAS.







quarta-feira, 18 de junho de 2014

Linhas monofilamento (level lines)

   Minhas primeiras linhas level eram de monofilamento mas devido a pouca experiencia em arremessar linhas de baixa densidade aliado aos fortes ventos na minha região, acabei abandonado elas pra usar as de fluorocarbono (FC) que são o que há de melhor pra se usar com varas tenkara até o momento. 
Porém, há cerca de pouco mais de um ano atrás, adquiri uma linha Amnésia a qual alguns pescadores americanos vinham usando e relatando pontos positivos se usada no tamanho correto (abaixo de 4 metros) e com varas de pontas mais delicadas e rápidas. Logo que a usei notei que ela de fato era um pouco diferente dos monofilamentos comuns. Apesar de suave e com baixíssima memória, tinha uma certa rigidez que tornava a apresentação da isca mais fácil.
A linha Amnésia que adquiri era de 15 libras com bitola aproximada de 0,35 mm e embora ela tivesse performance acima dos monofilamentos comuns sempre achei que se ela fosse 0,05 mm mais grossa seria ainda melhor pra minha situação local.

Outro dia passando  por uma loja  vi uma  linha (Super Raiglon Soft, vide foto) e achei as características dela similares as da Amnésia porém ligeiramente mais grosa, suave e igualmente com baixa memória.
É também um monofilamento, e como já dito, menos denso que o FC o que o torna um pouco mais difícil que aquele na hora de arremessar em situações vento. 
Porém este faz apresentação mais suave e apesar da bitola relativamente grossa (0,40 mm (6)) é fácil de mante-la acima da linha d'água usando comprimento abaixo dos 4 metros.
Manter a linha acima dá linha d'água é importante quando se usa moscas secas em rios e se quer fazer uma apresentação sem arrasto (drag). 
No meu caso em particular, acho essa característica importante quando pesco em meio a vegetação alagada. Uma linha leve suspensa no ar não vai se enrolar nas plantas aquáticas e facilitará muito tanto a apresentação como o trabalho da isca.
Embora o FC indiscutivelmente tem melhor performance no arremesso tenkara,  o monofilamento  é bem mais barato , fácil de encontrar nas nossas lojas e vem em várias cores que facilitam a visualização.


Eu enfatizo sempre o fator vento por que aqui na minha terra ele é uma constante e as vezes arruína a apresentação com qualquer linha.

Mas depois de muito tempo de experimentações e principalmente treinos tenho notado que as linhas em monofilamento tem seu lugar mesmo aqui. 

Dedicar mais tempo aos treinos de arremesso, usar a linha correta e varas com pontas mais delicadas tem contribuído pra essa nova percepção.

Boas pescarias.