sábado, 1 de novembro de 2014

Um erro, três aprendizados.

Hoje, depois de quase 3 meses sem pescar com o caiaque por conta dos ventos fortes dessa época, fui ao Rio Potengí que corta a cidade de Natal RN. Os ventos continuam fortes mas a vontade de pescar era maior. Além disso um amigo comprou um caiaque novo e queria estrea-lo e esse fato acabou reforçando a vontade de arriscar a sorte com os peixes. 

1º aprendizado.
Quando fico assim muito tempo afastado de uma certa atividade costumo negligenciar minha tralha de pesca que fica largada num canto e só volto a dar atenção a ela em cima da hora. Acabei pagadno caro por isso...
Arrumei tudo as pressas, selecionei duas varas (sempre levo uma de reserva), atei algumas iscas que estavam em falta, carreguei a bateria da câmera que estava a zero, testei a bateria do motor elétrico e ela apresentou carga, troquei linhas, tippets e shock tippets, coloquei tudo no carro, acordei as 4:30 e partí pro ponto de encontro.

Chegando lá encontrei os amigos Tuã e Alexandre Coutinho que já me aguardavam. Cumprimentos rápidos e todos corremos pra colocar os caiaques nágua pois o vento já soprava forte (13 nós, aprox 24 km/h) e é sabido que quanto mais se demora mais ele aumenta na medida que avança a manhã.

Passei pelas ondas´já bem grandinhas e agitadas que se formavam na beira do rio usando o remo e só fui ligar o elétrico quando cheguei mais no meio do rio com água menos turbulenta e aí foi que tive a má surpresa: Notei que apesar do motor funcionar ele não tinha potência pra fazer o caiaque avançar!  Quando testei ele em casa e ví a hélice girar me esqueci de um detalhe importante; Uma hélice que gira no ar exige muito menos corrente do que a  mesma hélice trabalhando dentro da água. Conclusão, Nos meses que ficou parada a bateria perdeu carga (amperagem). Embora eu a tenha guardado carregada deveria ter feito a recarga mas na pressa deixei passar.

Agora eu tinha a alternativa de ir embora e deixar os companheiros se divertirem sozinhos ou continuar no remos mesmo enfrentando a natureza no braço... Fiz a segunda opção.

Aprendizado 2 e 3.
A maré estava baixa deixando muito bancos de areia expostos o que nos obrigou a contorna-los fazendo um percurso mais longo e no meus caso em particular isso significava remar contra o vento. Tuã com seu motor elétrico e Alexandre com seu caiaque movido a pedal deslizavam sobre a água como que patina no gelo, já eu parecia mais com um cadeirante tentando subir uma escada.

Finalmente chegamos as gamboas e enquanto os dois colegas faziam capturas consecutivas eu amargava um enorme zero. Era muito complicado remar contra o vento a correnteza, fazer os arremessos precisos nas estruturas e trabalhar (e as vezes desenroscar) a isca ao mesmo tempo. Meu rendimento nas manobras e remada era sofrível. Tive várias ações mas não conseguia ferrar o peixe.

Depois de cerca de uma hora nessa luta acabei desenvolvendo "uma técnica" na qual eu remava um longo trecho contra o vento margeando o mangue, depois me soltava ao sabor do vento que me empurrava de volta e nesse caminho de volta. Nesse caminho sempre que achava uma estrutura propícia fazia o arremesso, soltava a vara no suporte e usava o remo pra corrigir a poisção do caiaque e me dar alguns segundos pra trabalhar a isca melhor. Colocava o remos no descanso, pegava a vara e fazia o trabalho de isca. Isso foi repetido a exaustão até que num dado momento um robalinho atacou a isca e este, ao cotrário do que havia frustrantemente acontecido com vários outros, não errou o bote e veio posar pra foto, ufa!

E quais foram os aprendizados aqui? 
1,Perseverança sempre vale a pena. 2, mesmo na dificuldade extrema um equipamento tecnicamente limitado como a tenkara  funciona a contento. E se funciona pra mim aqui nessa situação adversa vai funcionar em qualquer lugar do Brasil.
Abraço.